O Palmeiras 100% entrou em campo concentrado para enfrentar o atual campeão, fora de casa, pela Libertadores. Parada dura, ainda mais para um time que carece de maturidade, posto que é começo de temporada.
O Verdão esteve bem. Edmilson conseguia ser uma sobra flutuante, uma vez que, pautado na marcação individual de Pierre em Manso, o sistema defensivo cuidava bem das movimentações do ataque equatoriano, que, nesse tempo, não trabalhou jogadas e só tinha as laterais do campo como opção.
Mas Pierre segue o mesmo. Pierre precisa melhorar, e muito, se quer de fato ser considerado um jogador de ponta. Aguerrido e faminto, é incapaz, porém, de fazer uma marcação intensa, individual, sem se queimar. Manso precisou de 18 minutos para amarelar o camisa 5.
E depois disso, Manso jogou muito, muito mais que Pierre. Deu o passe do primeiro gol, tirou o Palmeiras do relativo conforto, habitou a cabeça da área verde. Pierre viu navios, e rezou para ver outro volante ao seu lado. Mas, pior, viu foi um zagueiro a menos.
Luxemburgo ousou. Tirou o também pendurado Maurício Ramos, no intervalo, já que o time perdia, 2x1, graças a outra falha lamentável de Marcos, o segundo nessa Libertadores. Mesmo com a recompensa do empate aos 3 da etapa final, o Verdão seguiu um time exposto demais nessa etapa.
Porque Pierre, como dito, já pendurado e mal em campo, virou presa fácil de um LDU que avançava com bola, com Urrutia, com todo o seu meio-campo, trabalhando com competência, colocando bola nas costas dos laterais, com Bieler aparecendo facilmente após primeiro tempo apagado, atacando e, veja você, ao mesmo tempo, dono também dos contra-ataques.
Marquinhos, que entrou no lugar de Maurício, mudando o esquema tático para trazer volume no ataque, simplesmente não jogou. Sua displiscência já desagradou. Nas três vezes que atuou pelo time, mostrou-se indolente, no mundo da lua, crendo que sua pretensa habilidade resolve algo. Preguiçoso como Dorival Caymmi, sem a poesia de Jorge Amado, não convenceu a torcida que , ao falar de atacante baiano, lembra-se de Oséas e da Libertadores 1999.
E é assim, cheio de espaços, que Manso faz 3x2, numa cobrança de falta linda. O Palmeiras, dessa vez, não acha recursos para voltar pra briga. Está bagunçado, não recupera a bola. Nem Lenny nem Evandro mudaram o panorama, mas isso já era de se esperar, pois entraram, os dois, fora de posição, ao lado de companheiros ilhados em campo, rifando a bola (Armero) ou querendo resolver sozinhos (Diego).
Luxa foi corajoso, mas mandou mal. Como era previsível, no jogo em que o time foi cobrado na defesa, faltou um volante. Foi nobre mas vão o ato de sacar um zagueiro, mudar-se para o 4-4-2. O resultado é normal, é o jogo mais difícil da primeira fase para o Palmeiras.
Isso só não pode servir para que o time se resigne e deixe pra lá algumas falhas infantis, de ordem tática e comportamental. Pois, além do supracitado, Edmilson fez falta desnecessária que deu em gol, e Armero agrediu Urrutia no primeiro tempo.
Caminho longo, Palmeiras.