Estava conversando com um amigo minutos atrás, sobre o tema.
Ambientes paternalistas te confortam num primeiro momento.
Mas te reprimem a personalidade no momento seguinte.
Não há como ser personalista num local onde não há oposição, não há cobrança.
Porque paternalismo, só de pai.
Paternalismo profissional não é gratuito.
Quem te protege muito, vai te cobrar no futuro.
E uma cobrança cruel: que tu sejas como ele idealizou.
O paternalismo te deixa em dívida. Não te deixa rebelar-se, exaltar-se.
Só cresce quem tem a sorte de enfrentar um desafio, uma pressão.
Fernando Pessoa: Deus ao mar o perigo e o abismo deu. Mas nele que espelhou o céu.
Você só existe num ambiente a partir do momento que se personaliza, que se propõe a usar a sua tinta, que sugere um trabalho cujo qual alguém há de se opor.
E para isso, um ambiente que só afaga certamente vai significar fracasso.
Indo ao mundo real dessa divagação:
Entendo que Kaká vá para o City. Se ele compreender que o desafio é importante, mais que as críticas que virão sobre a opulência cega da transação. Interpreto o Milan como um time paternalista demais. O City não é exemplo do contrário, mas estaria o Milan, assim, tão profissional a ponto de fazer Kaká virar as costas pro planeta? O Milan de Beckham?
Usando esse mesmo pensamento, que por sinal uso em todas esferas de minha vida, poderia compreender o incômodo de Felipão em Portugal, e o tesão no Chelsea - alguém duvida que a motivação dele no clube está justamente no fato de haver cobrança?
Poderia jogar uma luz diferente em perfis profissionais aparentemente tranquilos e realizados, como Bernardinho e Muricy, ou entender os conflitos de Mourinho, ou interpretar a carreira blindada e o desafio de Rivaldo no Uzbequistão.
Tento não julgar o desafio de ninguém. Costumo olhar aflito o comportamento de profissionais que entram num ciclo de quase-unanimidade.
A construção da personalidade é feita com um engenheiro, um pedreiro, um arquiteto. A personalidade é uma casa onde mora só uma pessoa. Você.
E é difícil a beça separar o que é capricho do que é desafio em sua própria vida. Impossível julgar o mesmo na vida dos outros.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
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5 comentários:
Difícil, interessante e verdadeiro...
Saudações Hexacampeãs Brasileiras,
Rafael
(rumo a Dubai)
Melhor, seguindo o seu texto, quero me opor ao que você escreveu... (assim você melhora...hehehe)...
Não acho que o Kaká quer maiores desafios não, pois acho que no Milan tem-se que ganhar sempre, ou seja, é mais fácil ser jogador do City.
Saudações Hexacampeãs Brasileiras,
Rafael
(rumo a Dubai)
Entendo que o Kaká não vai pro City, nem por dinheiros, nem por desafios, ambos, embora o primeiro ele ganharia muito mais no clube inglês(O que é sempre bom lembrar, não é a coisa mais importante pra ele).
Quanto ao paternalismo, o City é um clube paternalista, assim como é o Milan, mas o City pode sucitar um desafio em breve, coisa que eu não vejo no milan.
Enfim, não quero ver Kaká com camisas azul-claras na carreira breve.
um último detalhe, avisa pro anônimo que o Mundial vai ser em Abu Dhabi
Teremos jogos em Dubai também...
Mas, de qualquer forma, RUMO A ABU DHABI!
Abraços,
Rafael
(rumo aos Emirados Árabes Unidos)
Nem amigo, Todos os Jogos serão no Emirado de Abu Dhabi.
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