quinta-feira, 31 de março de 2011

Coléra lusitana

Neste domingo Benfica e Porto se enfrentam no Estádio da Luz. Ganha o Porto e será o campeão português antecipado.

Abaixo, uma nota oficial do Porto, que explica claramente o que aconteceu por lá. Vale a leitura, franca e colérica, coisa rara em notas oficiais de clubes.


A lei à moda de Lisboa

O FC Porto foi hoje informado numa reunião com a Polícia de Segurança Pública que o Benfica pretende impedir a entrada no Estádio da Luz de todos os adereços alusivos ao nosso clube, como sejam bandeiras, estandartes ou faixas no jogo de domingo.

Trata-se de uma decisão ilegal que o FC Porto já denunciou através de uma exposição que enviou ao Ministério da Administração Interna, à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, ao Conselho de Segurança e Ética no Desporto, à Liga Portuguesa de Futebol Profissional e à Federação Portuguesa de Futebol.

O Benfica pretende com uma medida sectária e própria das ditaduras mais reaccionárias impedir o apoio à nossa equipa, isto perante a complacência das autoridades, como se Portugal fosse uma república das bananas.

O FC Porto exige o cumprimento da lei e recorda às próprias autoridades que se há alguém que se acha no direito de estar acima da lei é o próprio Benfica, que continua a permitir a entrada no seu estádio de todos os adereços alusivos às claques No Name Boys e Diabos Vermelhos, dois agrupamentos ilegais, porque nunca efectuaram o registo dos seus elementos, como acontece com todas as outras claques desportivas em Portugal.

Mas nem isso impede, por exemplo, que esses grupos de adeptos entrem no Estádio da Luz com material alusivo a claques ilegais, façam explodir tochas e outro material pirotécnico.

Pior, depois de confirmar que pretende impedir os adeptos do FC Porto, organizados (legalizados) ou não, de entrar com adereços de apoio à equipa, a própria polícia confirmou que os grupos organizados mas ilegais do Benfica poderão entrar no estádio com todo o seu material.

No Estádio do Dragão todos os adeptos das equipas adversárias entram com material alusivo aos seus clubes e, no caso das claques legalizadas, com material do próprio grupo, sejam tambores, megafones, etc. No caso de claques ilegais, o FC Porto impede a entrada de qualquer tipo de adereço, excepto os de apoio ao próprio clube do adepto, que são sempre permitidos. De resto, como foi bem visível nas últimas ocasiões em que o Benfica jogou no Estádio do Dragão.

A obrigatoriedade de registo e legalização das claques é de 2004. Desde então que há duas claques, os No Name Boys e os Diabos Vermelhos, ambas do Benfica, que são ilegais. Haverá no país maior exemplo de impunidade do que este? Passaram mais de seis anos, em todos os jogos do Benfica as claques estão lá, todo o país as vê, mas as autoridades portuguesas ainda não tiveram oportunidade de fazer uma “investigação implacável”. Definitivamente, é tempo de em Portugal todos os cidadãos e todas as instituições serem tratados da mesma forma.

Para que serve um Governo que faz uma lei e depois não a consegue aplicar? Obviamente para nada.

Finalmente, apelamos a todos os adeptos do FC Porto que, apesar do clima provocatório e intimidatório que o Benfica está a criar para o jogo de domingo, mantenham sempre um comportamento cívico e pacífico.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Uma imagem

Achar momentos realmente emocionantes no futebol profissional(óide) e perfeitinho de hoje é cada vez mais dificil.

Os cinco minutos do vídeo abaixo são arrepiantes.

Mostra o trajeto da seleção de Portugal do hotel para o estádio, na tarde da final da EuroCopa, em Lisboa.

A forma apaixonada e alucinada com que são seguidos ajuda a ter noção do que o futebol é capaz.

Pessoas seguem o ônibus e dão sua força. Fazem isso correndo, de moto, a cavalo, por helicóptero, nos barcos, nos viadutos, de todos os jeitos. Até avião saudou a "selecção".

O time treinado por Felipão perdeu a final em questão. Mas isso parece muito menos importante diante dessas imagens, que mudaram o domingo de uma nação e, arrisco dizer, a vida de todos aqueles que estavam dentro do ônibus.

segunda-feira, 21 de março de 2011

No meu time, Diego Souza seria volante

De Leandro Iamin

Diego Souza, com Mano Menezes no Grêmio vice-campeão da Libertadores de 2007, atuava de segundo volante (Lucas Leiva era uma alternativa para esta posição, embora a formação ideal tivesse ambos).

Do Grêmio ele foi para o Palmeiras, depois Atlético-MG, e cada vez mais virou atacante. Fez um bom Brasileirão em 2009, como meia-atacante. Chegou 2010 e Diego assumiu de vez o novo posicionamento.

Fracassou. No Galo, não conseguiu espaço em formação alguma.

Diego Souza não é um grande marcador, mas é forte e consegue chegar com força no ataque. Chuta bem, gosta de lançar, é ofensivo. Me parece ter o perfil de um bom 2° volante.

E, se fosse ele, tentaria sê-lo no Vasco.

Não é pela seleção

O veterano Felipe joga de volante pela esquerda na equipe cruzmaltina, hoje. Perdeu a briga na "meiuca", onde o Vasco tem bons nomes.

Diego jogaria mais que Felipe na função, com certeza.

Mano Menezes usa Elias na posição. Já testou outros nomes, e sabe da qualidade de seu ex-atleta nessa função.

Acho dificil que Mano um dia escolha refazer sua dupla de volantes dos tempos de Grêmio. Diego teria de jogar muito e na verdade acho que Ricardo Gomes o usará mais avançado.

Portanto, não penso na hipótese por causa da Seleção. Penso, sim, no próprio talento do atleta.

O novo camisa 10 cruzmaltino busca recomeçar sua carreira após afundar com ela em Minas Gerais. Se achar uma posição onde consiga jogar como jogou um dia, ótimo.

Falta criatividade e coragem

De Leandro Iamin

O futebol brasileiro passa por crise criativa não só dentro das 4 linhas.

Diariamente o nome de Adriano está nas manchetes vinculado a algum clube. Quando não é o Imperador, é o Vágner Love, o Grafite ou outro medalhão caro qualquer.

Ninguém mais tem coragem de achar um jogador barato e promissor em um time do interior. Falta criatividade para observar estes atletas.

Nomes menos badalados geram menos ações do tal do marketing, o que não justifica nada para mim.

As categorias de base também são menos exploradas do que deveriam. Opção barata e que sempre deu certo, o "menino da base" vive perdendo terreno para o "especulado e consagrado craque do exterior".

Gilson Kleina

Nesta segunda, o Fluminense anunciou acordo com Gilson Kleina, que em seguida recusou o convite para treinar o Tricolor.

Nos poucos minutos em que ele foi "oficialmente" o treinador do Flu, muitos fizeram piada, debocharam da escolha.

Mas Kleina não é um nome errado.

Faz um excelente trabalho com a Ponte Preta em 2011. Teve boas passagens por Duque de Caxias, Ipatinga e o gaúcho Caxias. Não chegou ontem no futebol, foi assistente de Abel no Olympique de Marselha.

É sério, claro e inteligente quando dá entrevistas, e me parece evidente que é um bom nome de uma nova geração de treinadores.

Eu arriscaria. Quem não arrisca ou usa a criatividade, vai ter sempre as mesmas - e caras, caríssimas - opções.

Prefiro o Fluminense com Kleina e Rafael Moura que especulando Grafite e torrando grana, por exemplo, em um Adilson Batista.

De volta

Após o tal do longo, mas não tenebroso, inverno, voltarei a cuidar do espaço com coisas novas.