quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

animal

"Não dá para combater com tropas, porque teríamos de ter tantos soldados quanto mulheres bonitas"

Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália,
respondendo sobre a possibilidade de tropas federais serem usadas no combate ao aumento dos casos de estupro.


Este é o homem forte do futebol do Milan, sugerindo que a culpa dos estupros são das mulheres bonitas, e não da cabeça criminosa do animal agressor.

De causar repulsa.

Preferi colocar isso, que é uma declaração pública, do que especular sobre o caso em que Robinho é acusado de estuprar uma moça de 18 anos na Inglaterra.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Belluzzo - um nome que virou adjetivo

Poderia não ser o caso de Belluzzo ser o que Belluzzo é. Não precisava tanto. O novo Presidente do Palmeiras esbanja, seu currículo tem páginas inteiras que podem ser usadas apenas como lambuja, se comparado com concorrentes recentes pela mesma cadeira em que hoje ele senta.

Não é só o preparo. É o amor. Não só o amor pelo Palmeiras. Mas pelo futebol, pelo esporte, no sentido mais reto e correto da palavra.

"Ser Presidente do Palmeiras é um compromisso que tenho com minha biografia", disse ele em entrevista no último domingo. De arrepiar.

Pra quem é da minha geração, Belluzzo não precisava ser todo esse Belluzzo. Eu nunca vi, nos meus 24 anos de vida, um Presidente do Palmeiras dar uma entrevista em que eu, ao fim dela, pudesse abaixar o volume e pensar que "é, eu entendi o que ele disse".

Só isso já seria um alento. Mas Belluzzo é mais. Belluzzo tem dois ouvidos e os usa, não tem idiossincrasias ou obsessões egocêntricas, come democracia todo dia no café-da-manhã, vai saber montar seu sucessor e gerir seus quatro vice-presidentes com a maior facilidade.

Vices que, aliás, foram outra vitória alviverde. Se por um lado Salvador Palaia, o homem da auto-entrevista, ganhou um posto, não há como não comemorar a derrota de Ebem Gualtieri, o moço classista que acha que a quase-tragédia na compra de ingressos para a Final do Paulistão 2008 foi culpa da falta de estudo das pessoas espremidas na fila, da mesma forma que o ingresso mais caro do Brasil servia pra "selecionar o público".

Há o que trabalhar. Pensar na questão dos ingressos faz o palmeirense lembrar do "serviço" da BWA. Aí, lembramos da tal Arena de mil utilidades. Aí, começa a pipocar uma série de questões, algumas urgentes, em que será preciso muito estômago, muita cintura e muito cérebro para resolver.

Mas eu já estaria satisfeito em ouvir uma única entrevista sincera do Presidente do meu clube. Que bom que terei ainda mais que isso.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

São Paulo: Rebaixado?

Esta página da Folha de S. Paulo saiu ontem no site da Época e, claro, trouxe de volta à tona a imortal discussão sobre o rebaixamento do São Paulo.


Justo quando começa o Campeonato Paulista, somos exercitados a questionar as razões de ele, hoje, não ser o que já foi um dia. Um dos motivos é a credibilidade, dividindo a lista com alguns outros fatores que desabonam a prática, mas não tiram o romantismo e a importância biográfica da competição.

A matéria que saiu no site da Época é forte, contundente e desafiador, e está aqui.

A Folha de S. Paulo desmentiu recentemente o Guia da FPF. O Guia apontava o SPFC como rebaixado em 1990, e a Folha não concordou. A FPF, então, mudou de opinião, concordou com a Folha, desmentiu o seu próprio Guia, e colocou a culpa toda no historiador do Guia.

Acontece que a própria Folha, na ocasião, como mostra a foto, cravava o São paulo como rebaixado.

O historiador, que ficou como o mordomo da história, acusou o livro A História do Campeonato Paulista, escrito em 97 por Valmir Storti e André Fontenelle, este segundo, veja que mundo pequeno, o autor desta mesmíssima matéria da Época.

Mas, pegando este livro em mãos e indo mais adiante, vemos que a questão do regulamento não é mais grave que o regulamento da fase final da competição. Segue abaixo o texto do referido livro:

"Pela primeira vez, um time rebaixado à segunda divisão no ano anterior era campeão da primeira. (...)Tudo graças a uma "virada de mesa", que criou um novo tipo de regulamento no Paulista, apenas para acomodar o São Paualo. Assim, dois times da série fraca disputariam as finais com seis times da série forte. Beneficiado pelo regulamento (já que teria pela frente adversários muito mais fracos) (...), o São Paulo massacrou a concorrência.

Absurdo ainda maior cometeu o regulamento na segunda fase. São Paulo e Palmeiras terminaram empatados em pontos ganhos, e quem passou à final foi o São Paulo, por ter feito mais pontos na primeira fase. Não se levou em conta que haviam sido pontos contra equipes da segunda divisão, enquanto o Palmeiras enfrentara as melhores equipes do estado."


Na ocasião, o São Paulo era um clube 3-0-0. O Paulistão era maior, mais longo e mais prestigiado que hoje. É inadmissível, em qualquer época, um regulamento bizarro como esse, do começo ao fim.

Muita água passou, a discussão volta, mas um grito unânime há de ser ouvido: Federação Paulista de Futebol, QUE LAMBANÇA!

E não falo só do Campeonato de 1990. É ridícula a forma com que a FPF tratou os profissionais que pesquisaram e fizeram o Guia. Não se muda de lado assim tão facilmente. Um urro crítico da Folha, e a FPF optou por jogar a bomba no colo de quem fez, e muito bem feita, a pesquisa.

Isso não se chama postura linear.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

LEONARDO BERTOZZI - UM MINEIRO VIDRADO NA SAPUCAÍ

Minha Outra Paixão - Leonardo Bertozzi

“Essa série tem a intenção de entrevistar jornalistas esportivos, sobre uma paixão não-jornalística e não-esportiva”

* * * *

Me senti confortável em telefonar para Leonardo Bertozzi diretamente de minha mesa de trabalho na União das Escolas de Samba Paulistanas. Tudo ao meu redor remete ao carnaval, e isso supriria a ausência da presença (brilhante!) do Editor do Site da Trivela, a mais conceituada revista especializada em futebol internacional da atualidade. Supre, por que a paixão secreta deste mineiro de 28 anos é justamente esse: o carnaval.

Com algumas ponderações. Seu caso de paixão, seu negócio, é com os desfiles cariocas. Da Sapucaí, pra ser mais preciso. Nada de Boi Bumbá, de marchinhas, quase nada de Anhembi. Uma paixão que surgiu através da apuração, tão dramática quanto uma familiar final de campeonato, e uma paixão que, curiosamente, não lhe faz torcer por nenhum pavilhão - diferentemente do futebol italiano, especialidade do jornalista, que afirma torcer por todos os clubes e mais a seleção Azurra.

Bertozzi é mineiro, morou criancinha em Salvador, está em São Paulo desde o fim de 2002, e não vai demorar a aparecer pela segunda vez na Sapucaí, onde só esteve uma vez, no desfile das campeãs de 1996. Lançou o site futebol europeu, passou pelo site oficial do seu clube do coração, o Galo Mineiro, até chegar na Trivela em 2007, na mesma época em que atuou como comentarista da Bandsports e da FX.

O som preferido de Bertozzi é mais pop, menos samba. Mais italiano, menos brasileiro. Engana-se quem acha que só gosta de carnaval quem ama o ritmo do samba. Leonardo sequer sabe sambar - ao menos, na sua maior paixão que é o futebol, ele se sai como um razoável goleiro, segundo ele mesmo.

Bertozzi não parece reclamar do fato de assistir sozinho aos desfiles. "Nenhum amigo meu gosta!". Desde garoto, ele conta, recusava viagens carnavalescas pra curtir, em casa, o evento, sob a narração inesquecível de Fernando Vanucci, Paulo Stein e a programação full time da Manchete. "O carnaval alternativo, de bailes, essas coisas, já não gostava", pondera um dos expoentes atuais do jornalismo esportivo que cuida com açúcar e afeto das pautas alternativas.

Porém, parece que vem aí uma companheira em potencial. Laura, sua filha, está pra nascer, justo na época do carnaval. É a primeira cria de Bertozzi, casado com Priscila, também jornalista, do site Máquina do Esporte.

O sotaque mineiro é indisfarçável, mesmo por telefone. E o carinho de Leonardo pela obra que brota do cimento da Sapucaí também salta aos olhos. Sua memória para anos, desfiles e momentos é, assim como para assuntos futebolísticos, potente. Em uma dúzia de perguntas, aí está o que Bertozzi sente e pensa do Carnaval.

Como você conheceu o carnaval e como vocês se aproximaram?

Cara, foi como muita gente, acredito. Eu comecei a acompanhar o carnaval do Rio de Janeiro a partir da apuração. Era criança e passava o carnaval com a família. Na 4ª feira eu achava um barato aquela coisa da apuração, as notas 10, os caras brigando... um barato, e foi minha primeira relação com a festa.

E o contato com os desfiles veio em seguida...

Sim, nos anos seguintes me interessei também em ver os desfiles, a organização toda. O primeiro desfile que eu me lembro de ter visto bem claramente foi o de 1989, da Imperatriz. A partir daí eu me amarrei cada vez mais. Tentava virar a noite, nem sempre conseguia, mas depois via o compacto à tarde. Depois vinha a apuração, o desfile das campeãs... Em 96 eu tive a chance de ver ao vivo as campeãs. Eu tinha 15 anos, foi inesquecível.

Mineiro, longe da sapucaí, você pulava o carnaval aonde?

Isso tudo, de começar a assistir, foi morando em Belo Horizonte. Morei em BH até me formar na faculdade, só que no carnaval eu viajava com a família pra Araxá, no interior de minas, e lá tinha muita festa de carnaval. Só eu preferia assistir aos desfiles, ao invés de sair.

Se você começou a ver o carnaval a partir da apuração, então podemos traçar um paralelo com o futebol. Sua relação com o carnaval é mais pela competição do que pela arte?

Certamente. Acho o espetáculo belo, a coisa de representar a cultura brasileira. Mas o que eu curto mesmo é a competição. Nos anos 90, me lembro, tinha até uma polemica sobre a Imperatriz, que ganhou seguidamente e falavam que era uma "escola chata"... Mas pô, eles estão lá pra competir, vão fazer o negócio pra ganhar! Pra mim sempre foi claro que o carnaval era um grande campeonato.

E a parte estética? Se sobrepõe ao conteúdo?

Olha, gosto de aprender com um desfile. Não chego a assistir um desfile com papelzinho na mão, anotando ou lendo, mas gosto. A parte estética, ainda mais com o advento, nos anos 90, desses carros mais tecnológicos, está em alta. E também tem outra: ninguém vai gostar de uma escola que se apresente feia, por mais que o enredo seja bom. Têm atualmente o ingrediente das rainhas da bateria, essas celebridades que dão destaque também à estética.

Existem outras comparações possíveis entre carnaval e futebol?

No RJ a paixão de clube e de escola é semelhante. Lá é normal o cara ser Flamengo e Mangueira. Aqui em SP, nem tanto, é incomum o cara falar que é Vai-Vai e Corinthians. Só em casos como a Gaviões da Fiel, que é ligada diretamente ao futebol. O envolvimento que o carioca tem é muito forte, e essa ligação é muito parecida com a ligação que a gente tem com o futebol.

Atrações semelhantes, como Boi-Bumbá, te atraem também?

Sinceramente, não. Desconhecimento meu? Talvez. Mas nunca me interessei por me aprofundar. O carnaval me fazia preferir ficar em casa na boa a viajar, na adolescência.

Você frequenta, compra, participa, acompanha de perto algum aspecto de alguma escola?

Não sou consumidor ou frequentador. Quando fui em 96, achei muito legal, inclusive porque o desfile das campeãs é mais leve, mais divertido, e é legal se aproximar das escolas. Mas acompanho à distância, não sou um consumidor oficial.

Seus desfiles prediletos, viu na TV ou ao vivo?

Os que vi ao vivo foram belos mas não foram os que mais me marcaram. Gosto de lembrar o de 1993 do Salgueiro, espetacular. A Estácio de Sá em 92, que ganhou da Mocidade... Dois sambas que mataram a pau. A gente fica mais crítico com o tempo, então os mais inesquecíveis pra mim são alguns de quando eu era mais novo. Mas tem o exemplo do samba do Chico Buarque na Mangueira, em 98, que foi sensacional também.

O normal hoje entre as torcidas de futebol do Brasil é cantar músicas de origem latinas. Porque o carnaval perdeu espaço nas bancadas?

São duas coisas: tem o lado da perda da identidade, sim, mas também é uma fase pobre em termos de samba. Você não vê mais sambas propícios, como Ole-lê Ola-lá (Pega no ganzê / pega no ganzá), que toda torcida canta, é mais adaptável, com melodia mais fácil, ou mesmo o Explode Coração (na maior felicidade...). Acho que a penetração das músicas latinas é um fato sim, mas também por culpa da falta de um samba forte, que faz o povo o levar aos estádios.

Fundemos a escola Acadêmicos do Bertozzi. Qual seria seu enredo pra 2009?

Meu enredo seria a história das Copas do Mundo, temperada pelos títulos do Brasil. Já fizeram enredo de alguns times, e esse seria rico, pegaria momentos históricos muito fortes, com varias épocas diferentes do Brasil, de 1958 a 2002... Espero que alguém ainda o faça.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Personal e o Paternal

Estava conversando com um amigo minutos atrás, sobre o tema.

Ambientes paternalistas te confortam num primeiro momento.

Mas te reprimem a personalidade no momento seguinte.

Não há como ser personalista num local onde não há oposição, não há cobrança.

Porque paternalismo, só de pai.

Paternalismo profissional não é gratuito.

Quem te protege muito, vai te cobrar no futuro.

E uma cobrança cruel: que tu sejas como ele idealizou.

O paternalismo te deixa em dívida. Não te deixa rebelar-se, exaltar-se.

Só cresce quem tem a sorte de enfrentar um desafio, uma pressão.

Fernando Pessoa: Deus ao mar o perigo e o abismo deu. Mas nele que espelhou o céu.

Você só existe num ambiente a partir do momento que se personaliza, que se propõe a usar a sua tinta, que sugere um trabalho cujo qual alguém há de se opor.

E para isso, um ambiente que só afaga certamente vai significar fracasso.

Indo ao mundo real dessa divagação:

Entendo que Kaká vá para o City. Se ele compreender que o desafio é importante, mais que as críticas que virão sobre a opulência cega da transação. Interpreto o Milan como um time paternalista demais. O City não é exemplo do contrário, mas estaria o Milan, assim, tão profissional a ponto de fazer Kaká virar as costas pro planeta? O Milan de Beckham?

Usando esse mesmo pensamento, que por sinal uso em todas esferas de minha vida, poderia compreender o incômodo de Felipão em Portugal, e o tesão no Chelsea - alguém duvida que a motivação dele no clube está justamente no fato de haver cobrança?

Poderia jogar uma luz diferente em perfis profissionais aparentemente tranquilos e realizados, como Bernardinho e Muricy, ou entender os conflitos de Mourinho, ou interpretar a carreira blindada e o desafio de Rivaldo no Uzbequistão.

Tento não julgar o desafio de ninguém. Costumo olhar aflito o comportamento de profissionais que entram num ciclo de quase-unanimidade.

A construção da personalidade é feita com um engenheiro, um pedreiro, um arquiteto. A personalidade é uma casa onde mora só uma pessoa. Você.

E é difícil a beça separar o que é capricho do que é desafio em sua própria vida. Impossível julgar o mesmo na vida dos outros.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Que time é esse?

O clube obtuso que não gosta de espanhóis e revelou um cracaço
Momento recreativo do blog. Eis aí um time de futebol interessante, difícil de matar. Essa foto, dos anos 80, era um pós-auge deste clube que hoje frequenta a terceira divisão de seu país.

Além do time, há outro desafio-dica. Um dos atletas desta foto começava carreira, e seria um nome valoroso no futebol mundial. Outra dica deliberada: eles rivalizam com um time de raízes espanholas.

Última dica: nem toda dica é generosa.

E, falando em falta de generosidade, o cidadão que acertar primeiro a questão e as questões, não vai ganhar absolutamente nada. Apenas alguns sorrisos, que vale mais que dinheiro, por sinal.
****************
Atualização: Dr. Fernandes navegou por um outro blog e achou as respostas de tudo. Portanto, se quer pensar um pouco mais, não entre nos comentários. A resposta está a um clique. Eu tentaria, pelo menos, achar o craque escondido nesse elenco...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sobre Patrocínios

Questão de desleixo e amadorismo?

A Fiat está estampada na camisa do Palmeiras, durante a Copa São Paulo de Juniores. Fora de contrato. Questão de elegância, disse um diretor alviverde.

A Medial Saúde e o Corinthians já não possuem mais contrato de patrocínio. Mas o time profissional treina diariamente com as roupas estampadas. Não há explicação possível.

Rogério Dezembro e Luiz Paulo Rosemberg, diretores de marketing dos clubes citados acima, são os diplomados da questão. O erro é de todo o clube. Mas são os homens do marketing que, volta e meia, borrifam no noticiário discursos de um mundo maravilhoso e lucrativo. São eles que precisam de críticas por isto.

Está na moda experimentar tudo que é tipo de ação para "fortalecer a marca". É bacana. Sem exageros e discursos fantasiosos, é bacana.

O Corinthians fez uma camisa "Mano do Mano", em homenagem ao seu treinador. Péssimo. Redimiu-se com a lucrativa camiseta com fotos de torcedores. O Palmeiras, apesar do sucesso de seu verde-limão, hoje não possui camiseta branca. Lamentável. Fez uma camisa cor de vinho para o goleiro, vende muito, mas São Marcos, vai entender, não gosta de usar, se sente um catchup.

É bom saber que, hoje, temos diversos exemplos de ações de marketing. Anos atrás, nada havia. Mas, justamente por existir tanta preocupação com isso, como pode times desse porte promoverem ex-patrocinadores? Eu confesso que às vezes fico otimista, acredito que os clubes estão começando a engatinhar no sentido de explorar a marca e suas adjacências. Mas, outras vezes, me desaponto de novo.

Os reforços do São Paulo usaram camisetas em branco na apresentação. Sem patrocínio. É o certo a se fazer. Se o tricolor exagera, e muito (bota muito nisso), com batismos, conversões e discursos rumo à maior torcida do mundo, nesse caso se sai bem.

A camisa do time aceita os tempos modernos e estampa patrocínios. Faz parte. Mas usá-los de graça é macular a camisa. Não é elegante nem inteligente. É desleixo.

* * *
Nova idéia

Você já pensou em um time vender patrocínios específicos para Campeonatos Específicos? Por exemplo, ser patrocinado pelo Santander na Libertadores e pelo Itaú no Brasileirão (para falarmos, hipoteticamente, de bancos) ?

Um grande time paulista pensou nisso. E em primeira instância, não levou adiante.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Você sabia?

Do blog Futepoca
Ghigghia tirou duas vezes o título de 50 do Brasil

Pesquisando para fazer o post em homenagem à morte de Friaça, descobri uma informação que, com certeza, poucos aficcionados por futebol conhecem. A campanha do Brasil na Copa de 1950 foi tão espetacular (até a decisão, 5 jogos, 4 vitórias, 1 empate, 21 gols pró e só 4 contra), com goleadas de 7 a 1 sobre a Suécia e 6 a 1 sobre a Espanha, que todos sabem que o time só precisava de um empate com o Uruguai para ficar com o título. Mas um fato esquecido - e absolutamente fantástico - é que o trágico jogo de 16 de julho, o "Maracanazo" que nos tirou o título, poderia nem ter sido disputado.

Nossa seleção poderia ter levantado o troféu no dia 13, quando ensacolou os espanhóis com a torcida cantando "Touradas de Madri", do compositor João de Barro, no Maracanã. Para isso, bastava que Suécia e Uruguai empatassem no Pacaembu, em São Paulo. A partida, que foi disputada simultaneamente à do Rio, ficou em 2 a 2 até os 40 minutos do segundo tempo. Mais 5 minutinhos e o Brasil seria campeão antecipado. Mas eis que, nesse momento, o camisa 7 Alcides Ghigghia disparou na lateral direita, invadiu a área e fez 3 a 2, levando o Uruguai à final.

E o mais curioso é que seu gol foi praticamente idêntico ao que faria na decisão, aos 34 minutos da etapa final (fotos acima), selando a vitória de nossos adversários. Dizem que, naquele momento, o idealizador da Copa do Mundo, Jules Rimet, já havia saído de seu camarote, no Maracanã, para atravessar o túnel no subsolo a tempo de entregar a taça para os brasileiros assim que o juiz desse o apito final. Quando partiu, o clima era de festa, com fogos e gritos, pois o placar de 1 a 1 nos garantia o título. Só que, ao subir para o gramado, Rimet não entendeu nada: os uruguaios pulavam e 200 mil brasileiros observavam em silêncio. Ele não viu o gol de Ghigghia.

Pois esse episódio esquecido, de que o Brasil já poderia ter sido campeão contra a Espanha, evitando a partida contra o Uruguai, reforça a devida importância do camisa 7 naquela conquista. Por muito tempo, o falecido capitão Obdulio Varela (à direita, levantando Ghigghia após a vitória) foi apontado como principal figura da decisão, pois teria empurrado sua seleção à virada com berros e pressão nos companheiros. Mas os gols decisivos contra a Suécia e Brasil apontam mesmo Ghigghia como o grande herói uruguaio. O ex-jogador tem hoje 82 anos e vive em Montevidéu. Em 2006, o governo de seu país lançou um selo comemorativo com seu rosto e a frase "Ghigghia nos hizo llorar" ("Ghigghia nos fez chorar"). É, os brasileiros também choraram...

Naquele mesmo ano, o uruguaio recebeu o prêmio "Golden Foot", um molde de ouro de seu pé direito, em cerimônia celebrada em Monte Carlo, na França. Para construir uma casa para sua atual esposa, que tem 35 anos, Ghiggia leiloou esse troféu em julho do ano passado. Quem arrematou foi o Banco de la República Oriental del Uruguay, único participante do leilão, por cerca de 510 mil pesos (R$ 41 mil). "Por sorte não tenho apertos econômicos, mas ter um troféu tão valioso em minha casa é perigoso e quero deixar algo para a minha esposa, que é muito jovem", afirmou Ghiggia, na ocasião. De fato, um craque dentro e fora do campo.

Por Marcão
link: http://www.futepoca.com.br/2009/01/ghigghia-tirou-duas-vezes-o-ttulo-de-50.html#links

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Prêmio de melhor jogador do mundo = nada

O Prêmio que a FIFA inventou e infelizmente ganha força a cada ano, juntamente com milhares de prêmios similares dados por revistas por aí, me insulta, me ofende e me causa desgosto.

Prefiro saber quem ganhou o campeonato guatemalteco de pelota basca.

Não serve para nada de útil. Só colabora para essa insossa geração de boleirinhos instantâneos se desvirtuar ainda mais.

Sem nenhuma intenção de evocar o futebol do passado como o exemplo a ser sempre seguido. Mas de que vale esse prêmio, se não para despertar especulações e catapultar a promoção individual, do jogador enquanto marca, do atleta como sub-produto de uma marca outra?

Pra que serve essa eleição, uma vez que chega a ser ridículo eleger o melhor num esporte coletivo desse tipo, subjetivo pela própria natureza, impossível de ser enquadrado em estatísticas?

Serve pra gente ver o ego de estrelas como Cristiano Ronaldo se inflar ainda mais. Serve para criarmos estes monstrinhos soberbos e opulentos. Colabora para que tenhamos mais repulsa do que admiração pelos seus vencedores (ou seriam suas vítimas?)

O objetivo do momento para um jogador de futebol é ser o melhor do mundo. Ser campeão do mundo com seu time, ao que parece, é segundo plano. Cristiano Ronaldo conquistou as duas coisas recentemente. Aposto que ele prefere o prêmio individual do que o título coletivo.

Efeito colateral: Alexandre Pato, aos 18 anos, já disse pra imprensa que quer ser o melhor jogador do mundo.

Não seria mais são, ou mais óbvio, ou mais honesto, dizer que deseja amadurecer como atleta? Que deseja ser titular do time? Que deseja encerrar um campeonato em boa forma? Que deseja ser campeão no Milan?

Vá te catar, Pato. Vá te catar!

Sumam com esse prêmio que não serve pra nada.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Seria um gênio?

"Eu não aposto na minha Seleção para ser Campeã do Mundo. Se a gente perder a Copa, pelo menos eu ganho a aposta"

Javier Clemente, treinador da Espanha, durante a Copa do Mundo de 1998.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Classe baixa moral

“Queremos que as partidas da seleção sejam o mais acessível possível para as famílias neste momento difícil que atravessa a economia”

Alex Horne, diretor executivo da Federação Inglesa, que baixou 25% o preço dos ingressos dos jogos de sua seleção em virtude da crise mundial.
.

“A intenção da diretoria é levar ao Palestra um público diferente daquele que entrou em conflito com a Polícia Militar (…) O princípio é o mesmo dos clubes ingleses, que modernizaram seus estádios com ingressos mais caros, barrando os torcedores de classe baixa e elitizando o esporte.”

Eben Gualtieri, vice-presidente do Palmeiras, em junho.

*****

Recebi isso por e-mail do colega Caio Rodrigues. Lembro que Eben Gualtieri é o vice-presidente classista de discurso podre que o Palmeiras há de amargaar por mais alguns dias. Aquele que tinha uma gaveta privilegiada quando chegaram ingressos para a Final do Paulistão de 2008.

Classe baixa moral, a deste homem que agora tem como sugestão buscar outro argumento para suas idéias excludentes.

De Kléber, o Gladiador

A novela mais chata do verão paulista tem seus aspectos interessantes. Primeiramente, estamos falando de um valor, 8 Milhões, que acho um exagero, caro demais. Mas ao Palmeiras, não ter Kléber seria desastroso em termos de identidade.

Então, é preciso relativizar o que é "caro". Por exemplo: Valdívia foi bem vendido, era uma grana que o Palmeiras precisava. Mas ver o seu rival tricolor ser tri-campeão, tem preço? O prejuízo de historial não se cobre pela grana ganha na venda do craque que, sim, poderia ter mudado o campeonato.

Ao Palmeiras, não ter Kléber seria um prejuízo ainda maior do que os tais 8 Milhões. Mas isso é uma discussão num campo irreal, posto que em nenhum momento o Palmeiras chegou perto de ter este dinheiro. Nem Palmeiras, nem Corinthians.

Aí tem o tal do grupo italiano que parece que vai comprar o Gladiador. Não achei ninguém capaz de falar sobre essa história com alguma convicção. Da mesma forma que o enredo "Kléber vem para jogar ao lado do Fenômeno, porque valoriza" é raso, e não se sustentou por nenhum segundo.

Qualquer dia, qualquer hora, isso se resolve. Eu mureto, porque não o vejo voltando pra Ucrânia, e não encontro motivos para me apegar nas explicações otimistas que palmeirenses e corinthianos, volta e meia, lançam por aí.

Inclusive porque, volta e meia, também, ambas diretorias acordam de ovo virado e aparecem com discursos desencorajadores sobre o tema.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A volta e o nome

Volto do descanso hoje, esquentando a máquina aos poucos. Quando fui descansar, coloquei, no post logo abaixo desse, o meu desejo para quando eu voltasse. Hoje eu voltei. E hoje saiu uma nota oficial da Presidência do Palmeiras.

NOTA DO PRESIDENTE AFFONSO DELLA MONICA NETTO

A Sociedade Esportiva Palmeiras, nos últimos quatro anos, mostrou evolução em todas as suas áreas. Pensando na continuidade do projeto de transformação, tornou-se necessário escolher um nome que desse sequência ao trabalho até agora realizado.

Entre tantos que poderiam exercer a presidência na próxima gestão, pensamos em quem aglutinasse todas as forças progressistas do clube. O nome do professor e renomado economista -- no Brasil e no exterior - - Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo foi consenso para ser o candidato oficial da situação.

Belluzzo exerceu com êxito a função de Diretor de Planejamento, departamento criado na nossa gestão. Foi desta área a participação efetiva para trazer parceiros como a Fiat, Suvinil, Visa, Traffic e WTorre. Não podemos esquecer que foi Belluzzo quem teve importante intervenção para formalizar a co-gestão Palmeiras / Parmalat, vitoriosa e mundialmente reconhecida.

Pela tradição e pelo respeito de todos os poderes do clube, temos a certeza que Belluzzo será um dos grandes presidentes, marcando com competência sua administração na Sociedade Esportiva Palmeiras.

Affonso Della Monica Netto

Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras

-----------------------------------------
Acrescento: Se Della Monica conseguiu fingir por quatro anos que era diferente e renovador em relação ao seu antecessor, certamente conseguirá fingir que Belluzzo é o seu sucessor de fato, o homem lapidado e planejado para substitui-lo. Não é.

O atual Presidente não conseguiu formar ninguém com o seu estilo de comando. Sorte do Palmeiras. O atual Presidente não conseguiu prorrogar seu mandato. Sorte do Palmeiras. Soaria insensato se Belluzzo não se tornasse o candidato. Nem da situação, nem da oposição. Belluzzo é do Palmeiras. Sorte do Palmeiras.