sexta-feira, 14 de agosto de 2009

E se fosse ontem? - SANTOS MÍSTICO E DEDO-DURO

(Trata-se de uma ficção. O que aconteceria se fatos atuais acontecessem em outra época, quando a história, as lendas e os folclores eram criados com mais frequancia que hoje?)

Foi uma época estranha, aquela do Santos FC. Na esteira da década de 50, onde o clube praiano começava a montar aquele que foi o seu maior time de todos os tempos, um caso curioso incomodou todos os diretores.

Havia alguém passando informações internas para os jornais. Um "dedo-duro". Notícias de bastidores, papos de vestiários, intrigas e balões de ensaio, tudo saía no jornal e ninguém sabia de onde vinha.

Quando o treinador santista esbravejou publicamente e prometeu caçar o responsável por aquilo, um jornal da região deu a manchete: "DEDO-DURO SANTISTA É ALVO DE CAÇA". Isso explica, naturalmente, que no jogo seguinte, contra a Ferroviária em Araraquara, a torcida do Santos tenha ensaiado um canto de "deeeeeedoooo".

Essa é a explicação para o apelido santista, que perdura até hoje.

Mas isso não foi tudo, claro. Os dedo-duros praianos foram o centro de outra grande polêmica. Tudo porque um volante foi afastado do time, provavelmente por motivos de curandeirismo. Um pai-de-santo havia dito que era ele o problema da falta de harmonia espiritual do plantel.

O jogador ficou marcado por isso, chegou a ser marginalizado, e o Santos, então, virou piada por esta estranha e mal contada história. Seja como for, dias após o afastamento, chegou na cidade o menino Edson Arantes do Nascimento. O inigualável Pelé, que, nos primeiros relatos jornalísticos com a camisa branca, era também citado como o "Craque Místico", numa insinuação de que seu futebol devia-se à depuração espiritual santista.

Para completar esta fase santista, não podemos nos esquecer de um lateral-direito limitado, que jogava pelo Vasco e foi vendido ao São Paulo. Sem sucesso nas chances que teve, o jogador foi emprestado ao Santos. Novo fracasso.

O Santos, então, quis devolver o atleta ao São Paulo, de graça. O Tricolor não quis a devolução, e, por sua vez, devolveu o jogador ao Vasco. O jogador voltou ao seu clube de origem, sendo que todas as transações após a primeira aconteceram de forma gratuita.

Não à toa, o jogador ficou conhecido como "Nem-de-Graça" até o fim de sua carreira.

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