Jogo por jogo, não achei que a derrota Olímpica das meninas do Brasil nessa final foi assim tão injusta. Os Estados Unidos, escaldados pelo banho que tomaram na Copa do Mundo, foram cirúrgicos na defesa. Cautelosos.
Se soltaram no último terço do jogo. O Brasil sentiu isso, ficou incômodo. O ataque bateu boca e cabeça, a defesa trepidou, e os pulmões, junto das pernas, deram a senha para as americanas: era a hora do bote.
A pressão veio no fim do jogo e no começo da prorrogação. Após o gol, um correto jogo defensivo voltou à tona, com pouca margem de erro e uma zagueiraça, a capitã Rampone. Foi bonita a pressão brasileira, mas, em campo, os EUA tiveram méritos claros pelo 1x0 final.
O que podemos citar como injusto, ou cruel, é o tanto que essas moças fazem com tão pouco. A sucessão de vices, a superação e a ingrata recompensa dos deuses do futebol são realmente de doer o coração.
O que podemos citar como injusto, ou cruel, é o tanto que essas moças fazem com tão pouco. A sucessão de vices, a superação e a ingrata recompensa dos deuses do futebol são realmente de doer o coração.
Mas esse discurso é perigoso. Olhem o voley brasileiro. Nossas meninas estão na Final, também contra os Estados Unidos. Campanha perfeita e um discurso de que elas merecem. Pela superação, pela trajetória cheia de vices, e tal e coisa.
Mas esse tal "merecimento" que vem de fora da cancha tem uma mão que vai, outra que vem. As americanas do voley proporcionaram uma das grandes cenas das Olimpíadas ao chorarem a classificação à final. Lágrimas em nome de um parente do treinador do time masculino, que foi assassinado em Pequim no primeiro dia dos jogos.
A história é comovente e eu particularmente acho que mereciam ser campeãs no voley. Mas jogo é jogo. O Brasil que vença, que não dê chances.
No futebol, nós demos chances. Não aproveitamos o melhor momento contra as frias e letais americanas. Elas aproveitaram. Não há vergonha nisso. Mas também não há toda essa injustiça.
A prata valeu. Este time feminino tinha algo a dizer para o brasileiro que torce. E disse. O bronze do masculino, se vier, vem mudo.
Foto: Globoesporte.com
Um comentário:
Apesar de seu texto ser "maldoso" com as meninas, infelizmente, se deixar o sentimento de lado, tenho que concordar com você...
Abraços,
Rafael
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