terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

duas dicas de parceiros

Meu amigo Gabriel Brito, em seu blog que começa a viver, faz uma brilhante, mas brilhante mesmo, avaliação sobre os fatos ocorridos domingo, no Morumbi, entre torcedores.

É corinthiano, e não destila um "ódio de coitadinho". Compreende as ações do São Paulo. Mas avalia o Tricolor, assim como avalia, de maneira irretocável, a postura da Polícia Militar.

Seu texto faz a devida crítica, sobretudo, ao trabalho da imprensa. Que constrói suas verdades em cima de fontes oficiais, como Gabriel mesmo coloca, e ajuda a asfixiar a identidade do torcedor, sem precisar usar gás de pimenta.

Ele estava presente, ele é um torcedor. Se ninguém dá ouvidos para torcedores, que você perca 10 minutos, agora, para dar olhos a este relato. O texto é longo, mas vale a pena.

Tem gente que, ao ler este texto, não vai acreditar que foi escrito por um sujeito que estava alí, no meio da Gaviões da Fiel.

Afinal, torcedores são todos vândalos que não sabem falar, não sabem se expressar...

O texto, aqui.

* * *

No novíssimo blog de Kadj Oman, o "Vai, Lateral!", que é um espaço obrigatório para quem quer fugir da superficialidade generalizada na análise sobre torcidas, há, na recente postagem que encontras aqui, um trecho que preciso destacar, em nome da definição desse espaço, que é filho dos anos 90, tempo em que as arquibancadas eram divididas nos clássicos paulistas.

Kadj Oman faz uma divagação crítica sobre seu estádio ideal, o estádio que ele não encontra em São Paulo.

"Meu outro estádio precisaria de uma outra cidade.
De um outro país.
De um poder que fosse, de fato, público.
E enquanto meu outro estádio está longe, meu estádio atual é cada vez menos meu.
Porque eu, dialeticamente, não consigo ser eu mesmo sem ter do outro lado o outro.
Que me arrancam aos poucos.
De dez em dez por cento."


É para arrepiar-se.

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