segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Palmeiras e o azeite

Há um novo parâmetro para o Palmeiras. Após sete vitórias em sete jogos no ano (seis no campo e uma nas urnas), goleando quando foi preciso, sobrando em jogos fáceis, vencendo na marra com o time reserva, faltava o clássico, e o Santos foi pulverizado em 30 minutos, tendo o Palmeiras perdido a chance de manter o ritmo e enfiar históricos seis ou sete.

Desde que Luxemburgo concordou que não eram favoritos à Libertadores, mídia e público se resignaram. Mas também tiraram o peso das manchetes, das coberturas. e o Palmeiras se montou sem alarde. Ignorando protestos de organizadas e placares de jogo-treino. O grupo e a comissão resistiram ao ácido processo eleitoral e ao contundente trabalho midiático de lembrar o mundo que os rivais tem o tri e tem o fenômeno.

Keirrison chegou atrasado, Edmilson chegou sem dar certezas. E o parâmetro mudou. O time agora precisa buscar a Libertadores. Até uma semana atrás, o Palmeiras era o time do Paulistão que, na Libertadores, chegaria perto de algo apenas na base de um sacrifício improvável para o jovem grupo.

Agora, não. "Opa", dissemos todos. "O Palmeiras tem azeite". O Verdão já criou a expectativa que não criara durante a pré-temporada. expectativa gera cobança. Esqueça o que Luxa falou. O Palestra, a partir dos 30 minutos contra o Santos, se deu o direito de ser candidato à Libertadores. Pra valer. Mais ambição, mais rigidez nas análises. Não é pessimismo útil. É entender que o status alcançado por esse plantel verde vai demandar afinação constante.

Então, vamos lá. Edmílson não tem substituto de características, e não ter o camisa 3 é perder substância tática. Não se entenda que ter Edmilson é ter um híbrido, ter um 4-4-2, ter dois volantes. Não é. Quando for preciso defender-se, quando o adversário precisar mais do gol, o Palmeiras terá que recorrer a dois volantes. Quem sai? Willians, e perder velocidade? Diego, e perder o passe e a cadência? E o Marquinhos, joga, e ao jogar, muda o estilo?

Jéci ainda é lento, a ala direita ainda não tem solução das boas. E o Parque Antarctica, vai ser fechado mesmo? A casa verde será o Pacaembu? Isso importa muito. E Keirrison, será que fica no Palmeiras até o final da Libertadores? Não duvide disso, nada mais é impossível no nosso mercado e eu não estranharia uma coisa dessa.

E São Marcos? E o clima ao redor de Luxa? E a tabela ingrata desde a primeira fase?

Comemore, palmeirense, mas preocupe-se. Agora, mínimos detalhes são muito importantes. É o que acontece com quem alcança o status de favorito.

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