quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Os árbitros desumanos

A Pré-Libertadores me fez, de uma vez por todas, observar neste espaço uma questão a respeito da arbitragem brasileira.

Anzoátengui x Cuenca foi um jogo de raríssima deslealdade. Com lances que, de tanta truculência, causaram sorrisos em quem assistiu. Pachuca x Universidad de Chile também foi pegado, faltoso, teve agressão e empurra-empurra, e terminou num pontapé cinematográfico de um mexicano num chileno.

Veremos em 2009 o auge do STJD e seu show demagogo, que faz justiça com uma metralhadora automática nas mãos, e joga os árbitros numa frigideira ainda mais quente.

O jornalista Vitor Birner lembra nesse post de lance ocorrido no jogo do fim de semana entre Liverpool x Chelsea. Concordo com tudo, é a análise correta pra mim. Lampard foi expulso em uma jogada plasticamente forte, mas que, à luz dos replays, se mostrou diferente.

O que escreveria aqui, é o que Birner escreveu lá. Quem cuida da justiça não precisa, necessariamente, de punho firme e ego inflado, ou qualquer outro sintoma de auto-defesa diante da insegurança. Não tem problema nenhum em errar.

Sou contra a profissionalização do árbitro de futebol. Porque não aceito a idéia de que um "amador" seja pior, em via de regra, que um "profissional". Muitas vezes não é.

Adoraria ver um jogador de time de ponta que trabalhasse em outra coisa fora dos treinos e dos jogos, igual fazem os árbitros.

Profissional ou amador, quem executa uma função precisa assumir suas limitações. Desonesto não é só quem rouba. Desonesto é quem pratica algo que não sabe, se propõe a algo que não consegue. Seria desonesto eu abrir uma loja para consertar video-cassete.

Por isso me incomodo com um árbitro que tem, ainda que um mínimo que seja, receio de admitir erros em campo. Na condição de humano, é desonesto tomar posição dessa naturza. Conviva naturalmente com seu erro. Trabalhe para minimizá-lo. Seu eventual diploma não te garante nenhum acerto a mais. Me parece razoável pensar assim.

No Brasil, as imagens de TV, tão polêmicas, servem pra punir, pra chocar, pra denunciar. Nunca serviram pra que um árbitro pedisse desculpas por um erro.

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