terça-feira, 9 de setembro de 2008

Entre as duas linhas de quatro e o 4-3-3

Tá certo, o Brasil jogou bem, goleou o Chile mesmo perdendo penalty, teve coração, comemorou cada gol com raiva e real alegria.

Diego foi presente, Ronaldinho tecnicamente bem, Luis Fabiano foi o nome, Gilberto Silva foi o outro nome, e a Seleção sentiu-se bem em "colocar" o Chile em seu "devido lugar".

-Nunca mais venham com discursos otimistas. Não apareçam mais com três atacantes pra cima de nós.

Como se isso não explicasse os espaços achados pela nossa seleção. Viesse o Chile num 5-4-1, talvez o jogo fosse 0x0 e os canarinhos culpariam "a retranca chilena, o anti-jogo". Ou "as duas linhas de quatro", aquelas que só o Dunga vê.

Todo discurso é utilizável, não? A retranca é condenada, mas vir jogar com 3 atacantes contra o Brasil parece uma heresia. Não é, necessariamente. Todo esquema é equilibrável.

Para contar esta vitória brasileira, temos que lembrar que ela veio com a qualidade de nosso jogo aberto pelas pontas e o pivô sempre ótimo do camisa 9. Mas também temos que dizer que o árbitro fez vista grossa para, pelo menos, três agressões brasileiras dignas de cartão vermelho no ato. Muito piores que a falta que resultou na expulsão de Valdívia.

O Brasil foi de uma "valentia" violenta do mesmo tamanho da soberba de criticar o desejo chileno de vitória. Um desejo justo, pois até a Venezuela se permitiu ganhar de nós.

Um tiro que saiu pela culatra deles. Mas os nossos avantes não fizeram nenhuma questão de lembrar que jogaram bem porque a marcação adversária foi mais branda que o normal.

Dunga, na Copa América, contra esse mesmo Chile, chamou ignorantemente o 3-5-2 andino de "duas linhas de quatro", para justificar as dificuldades do primeiro tempo. A pérola entrou pra história do futebol nacional.

De modo que penso que demos sorte por Bielsa ter fracassado em sua leitura de jogo.

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