quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Eu e os colombianos

No último domingo, tive o prazer de conhecer uma turma de três amigos colombianos. Andrés, Heitor e a menina, não sei o nome. Dei o acaso de sentar do lado deles, na arquibancada do Parque Antarctica, para ver Palmeiras e Vasco se enfrentarem.

O trio está no Brasil de férias, e quis viajar para São Paulo de forma meramente turística. Eu me recordei de outro jogo que fui nesse ano, em que o senhor ao meu lado pegou um avião de Cuiabá apenas para ver o jogo. Nosso futebol tem um potencial jamais explorado.

Todos eles torciam pelo Deportivo Cali, de forma que a visita ao campo do Palmeiras tinha uma ponta de masoquismo. Foi naquela "cancha" que o "Cáli" perdeu a Libertadores de 1999. Ficaram sorridentes por eu saber o nome do estádio deles. Ficaram extasiados quando eu escalei o Deportivo Cali de 99. Eu fiquei feliz também em saber do prestígio palmeirense por lá.

Eles devem achar que os brasileiros os ignoram futebolisticamente - como nós, brasileiros, achamos que os europeus fazem conosco. E não estão lá muito errados, infelizmente.

Me contaram sobre a cidade, sobre a história dos clubes, sobre tráfico, concurso de Miss, Higuita, Gavíria (ex-lateral morto com um raio em um treino do Cáli), Córdoba, Dudamel, Asprilla, Brasileirão.

A garota se permite conversar e se comportar sem que os homens ao redor se sentissem estupradores. Deve ser um mal paulistano, esse, das mulheres partirem do princípio que todo homem é um tarado. Os garotos foram simpáticos demais, riram dos momentos de nervoso, quiseram aprender o hino, e não entendiam a ausência de Denílson. "ele não é mais o mesmo", eu dizia.

Fui embora com os sentidos mais atentos. De que sou paulistano e aqui você deve ter noções básicas de como ser um guia turístico - pois esta cidade é, afinal, turística. E de que nosso futebol realmente é muito mal explorado. Judiado.

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