segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O mais justo dos três canecos

Vamos lá, o São Paulo não perde mais esse campeonato. Ok, até pode perder, uma derrota para o Flu em casa não é de todo impossível, tal e coisa... mas será muito, muito surpreendente se acontecer do caneco escapar.

Porque, entre todos os cinco que foram reais concorrentes ao título, todos os outros quatro perderam de 3, 4 e/ou 5 nas últimas 5, 6 ou 7 rodadas. Isso é de uma imaturidade gritante, em relação ao tricolor que não perde faz 16 rodadas.

Os outros facilitaram a vida do São Paulo? Não, não é bem isso. É que foi um campeonato de bom nível, perder ponto estava na conta do comum. Era preciso ganhar jogos na sorte, jogos no apito, jogos na raça, além da qualidade.

O São Paulo jogou muito mal contra o Botafogo no primeiro turno, e contra o Náutico no segundo turno. Ganhou os dois e nem sabe bem como. O árbitro ajudou o São Paulo contra o Botafogo, e deu São Paulo. O árbitro prejudicou o São Paulo contra a Portuguesa, e também deu São Paulo.

Muricy, no meio do ano, precisava arrumar a zaga. Recebeu Rodrigo e Anderson (o Palmeiras trouxe Jeci e Gladstone). Faltou volante, ele foi buscar Jean na base, e dane-se se o Dunga punha o Ricky na Seleção. Ele não apenas subiu um jogador da base, mas foi atrás de uma solução, ao invés de chorar alguma não-contratação ou má fase.

Fez mais, ao tornar público que queria Hugo, quase dispensado pela direção, no time. Causou mais um pouco de mal-estar com alguns diretores, mas conquistou seu grupo. Recebeu Miranda, após a cirurgia, e isso curou definitivamente a dor-de-cabeça defensiva.

Dagoberto encontrou sua melhor forma no Tricolor, não houve pânico após o empate-derrota contra o Palmeiras, e o discurso (que era até sensato) derrotista que era usado após a derrota polêmica para o Grêmio foi, sem pressa, virando um equívoco.

Porque mesmo o mais correto pensamento torna-se equivocado diante de um trabalho tão ereto e firme como esse que Muricy faz. Muricy, Autuori, Cuca, Leão...

Era uma grande temporada, a de 2004. Virou uma sensacional fase em 2005. Em 2006, tivemos que dizer que o SPFC vivia um triênio especial, algo clássico. Chegamos ao fim de 2008, e este São Paulo já representa uma geração, uma era de ouro.

6 comentários:

Ricardo Cavalieri disse...

Não bastasse ouvir no rádio, na televisão, ler nos jornais, agora vem você enaltecer o time do SP.

Esse time, assim como os outros dos idos passados, fez apenas a lição certa de entender o campeonato. Coisa que os outros times estão demorando pra sacar. É base de defesa sólida e ganhar nos erros dos adversário, e como erram estes.

Não me venha com era de ouro, sobre um time que sequer você lembra a base titular campeã de 2005. Do ano passado você precisa de um esforço fenomenal pra lembrar. Ou não é verdade?

Parabéns à eles que conquistaram tudo isso, mas a mim não convence esse futebol "alemão" medíocre, dentro da mediocridade do futebol brasileiro de hoje.

Daqui a pouco você vai pedir Hugo na seleção.....aí eu paro com o futebol.

Tenho 42 anos e vi algumas eras de ouro, por isso, meu conceito é outro, qualidade e craque significava outro futebol.

Mas parabéns pelo Blog, sou leitor assíduo.

Abs.

Anônimo disse...

Que nada Ricardo! O Leandro está certíssimo! Parabéns a ele, que mesmo sendo palmeirense soube reconhecer isso. Nunca nenhum time conseguiu essa façanha de ser tricampeão brasileiro. E se não se cuidarem, ainda seremos tetra!
Abraços e parabéns Leandro pelos seus textos.

Saudações Hexacampeãs Brasileiras,

Rafael

Anton Roos disse...

Até domingo, no apito final da penúltima rodada, acredito em milagres.

Anônimo disse...

Ricardo, seria suspeito eu dizer que sei as escalações do SPFC desde 2005, porque agora mesmo as pesquisei, então a memória está "refrescada", hehe. Quanto a ser uma "geração", uma "era" de ouro, isso se deve mais aos fatos, aos títulos, algo pétreo, intangível, ainda que se discuta a qualidade do futebol apresentado. Mundial e 3 Brasilieros em 4 anos é sensacional. Haja secação, hehe. abraço!

Leandro Iamin

Anônimo disse...

Assim que se fala, cunhado!

Saudações Hexacampeãs Brasileiras,

Rafael

Anônimo disse...

Boa noite Leandro,

Parabenizo você pelos seus textos. Concordo com sua análise sobre o título de 1951; o reconhecimento da FIFA e a estrela estampada na camisa representam muito menos do que o título em si, e o esforço em conseguir este “reconhecimento oficial” expôs principalmente aqueles heróis a um vexame do qual não foram ou são merecedores. Sou são-paulino desde minha vida intra-ulterina (isso tem mais de 54 anos), mas isso não me impede de sentir saudade da época em que eu ia aos estádios de futebol e assistia FUTEBOL. Ademir da Ghia, Coutinho, Pelé, Pepe, Pedro Rocha, Roberto Dias e inúmeros outros craques, imagine que época FOI. Nós jamais teríamos visto esses craques se naquela época o assédio estrangeiro fosse parecido com o atual. Infelizmente eu vi toda a transição do futebol com os times estrangeiros levando cada vez mais cedo nossas promessas ou realidades. O campeonato brasileiro já tem algum tempo é disputado por jogadores “refugados” pelos times estrangeiros ou que ainda estão sendo preparados para serem vendidos na temporada seguinte. Nosso futebol está pobre de tudo, enquanto as principais seleções do mundo disputam os melhores técnicos, a nossa se satisfaz com um sem qualquer experiência. O SPFC dificilmente perderá este título e concordo que pode não ser uma geração de ouro apesar das conquistas dos últimos anos, mas ao menos é uma equipe que vem conseguindo superar a mediocridade geral e é indiscutivelmente o time que, apesar de possuir uma equipe mediana, graças a seu técnico sabe tirar proveito da situação instalada no Brasil.

Abraço

Claudio Silvino
claudio@silvino.com.br