segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Palmeiras x São Paulo, em 5 toques

As expulsões ajudaram a quem?

Num primeiro momento, o Palmeiras foi o mais prejudicado pela dupla expulsão aos 5 minutos de jogo.

O árbitro, sei lá, deu na telha, assim, do nada, de expulsar dois jogadores que se esbarraram num choque-rei.

O placar acabara de ser aberto, o São Paulo tinha o controle psicológico do jogo, e o Palmeiras teve que gastar uma substituição para descobrir-se de novo no gramado. O São Paulo já sabia o que tinha que fazer, e sua saída de contra-ataque não sentiu tanto a falta de Borges.

Porém, na etapa final, talvez fosse bacana que Eder Luiz entrasse no lugar de Borges. Na etapa final, o jogo defensivo tricolor poderia dar certo num duelo 11 contra 11. Não gostei de Jean, e interpretei que os três zagueiros foram muito para "o choque".

Eu acho que, 11 contra 11, o segundo gol do Tricolor sairia da mesma forma. Mas, 11 contra 11, não sei se sairia o primeiro gol do Palmeiras.

Jogadores Indolentes custam caro

Jogadores indolentes custam um preço. Qualquer jogador, a qualquer time. Ontem, foi Léo Lima que custou ao Palmeiras.

Léo Lima vinha sendo lucro. Seu gol no choque-rei do Paulistão foi o verdadeiro gol do título, e o gol que colocou o Palmeiras no século 21. Foi falha de Rogério Ceni? Talvez. Mas foi golaço, e Léo foi ótimo ao longo da competição.

Ontem, apesar de mal escalado, sem um par de mentalidade conservadora na cabeça da área, nada justifica sua completa desconcentração. Fez um penalty clamoroso, e errou um passe primário no lance do segundo gol tricolor.

Custa seu preço. Denílson foi bem na etapa final, ajudou a reação. Foi o herói da vez? Talvez. Quando será que vem o revés? Na minha tese, cedo ou tarde o preço por ter Denílson pode ser pago.

E o contrário é verdadeiro. Claro que o jogo de ontem é só mais um jogo da carreira de Rogério Ceni. Mas ter um jogador de real compromisso emocional com o time paga algumas despesas. A atuação de Ceni ontem é para fazer evaporar as interrogações sobre aquela falha do Paulistão.

Ninguém questiona o Muricy?

Muricy, ontem, mais uma vez, repetiu seu discurso. "Não gosto de falar de abitragem, não falo sobre arbitragem, nem quando ganha, nem quando perde, nem quando empata".

Outra vez, ninguém questionou essa ação do treiandor de mostrar-se diferente dos outros. 3 minutos, contados no relógio, de pesquisa na internet:

Muricy detona Sálvio
http://br.truveo.com/Revoltado-Muricy-detona-arbitragem/id/807791677

Muricy critica arbitragem após derrota no estádio Olímpico http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u434597.shtml

Contra o Nacional, do Uruguai, na Libertadores
"Ele deixou o jogo correr demais. Não me surpreendeu, ele sempre é assim. Gosta de favorecer a equipe da casa."

Contra o Goiás, pelo Brasileirão:
"Ele não teve segurança para dar o gol. Foi até a metade do campo e dois voltou. Foi pressionado pelos jogadores do Goiás. Ficou claro que foi no grito. Eu não gosto de falar de arbitragem mas o lance do pênalti foi algo escandaloso. O pênalti não existiu."

Bem Observado, Muricy!
No entanto, Muricy Ramalho foi muito feliz, ontem, nos vestiários, quando creditou o grande duelo à semana de treinos que Palmeiras e São Paulo tiveram.

Não é uma regra, e nem acho que os treinadores fizeram mirabolâncias nestes dias. Mas é relacionável. Por parte física e mental, principalmente. Taticamente, ter treinos mais constantes e tempo para falar do adversário, certamente faz muito bem.

Não acho o calendário atual apertado ou discrepante. Mas esta observação de Muricy esteve acima da média repetitiva das coletivas atuais.

Kleber vale mais que Valdívia ao Palmeiras

Considero, definitivamente, Kleber um jogador a ser levado muito a sério pela diretoria alviverde.

Acho um tanto subjetivo falar sobre "perfil de Libertadores", uma vez que enfrenta-se muito time brasileiro para chegar no topo desta. Também acho que outros reforços possíveis citados podem ser mais habilidosos, jovens, decisivos.

Mas Kleber ocupou seu espaço. Empresta ao time uma personalidade rara. A torcida do Palmeiras, acostumada a cultuar a "Era Pedrinho", "Era Caio Júnior" e "Era Valdívia", merece mais pegada e representatividade em campo. Dessas três "Eras" citadas, só a de Valdívia é argumentável.

Valdívia foi valorizado, e, carismático, abasteceu a auto-estima verde, jogou uma bola redonda, apesar do excesso de milonga, e foi embora após o lateral Leandro lhe raspar a careca, minutos após o título do Paulistão.

Mas o chileno foi e é questionado sobre a força de decidir, a personalidade e a concentração para grandes e delicados momentos.

Kleber não pode ser questionado por isso. Ele tem uma rara inteligência, em campo, de entender os momentos do jogo. Ele cresce nas horas certas de uma partida. Seu excesso é de anti-milonga.
O Palmeiras deverá jogar a Libertadores em 2009 e Kleber ficar ou ir embora é uma informação da mais alta relevância a esse respeito.

Um comentário:

Luciana Ribeiro disse...

Leandro, sem dúvida ontem o Kléber foi absolutamente decisivo para o Palmeiras. Sem ele jamais teríamos chegado ao empate. Fez toda a diferença.